Painel 9 do XIII CONOGMO traz segurança portuária e encerra debates do evento

Encerrando as atividades do XIII CONOGMO, o painel 9 foi sobre “Iniciativas FENOP sobre segurança nas operações portuárias”. Foi mediado por Hemerson Chiaradia Braga, engenheiro e coordenador do Comitê Técnico Permanente de Segurança, Saúde no Trabalho e nas Operações Portuárias da FENOP.

Chiaradia Braga apresentou os processos desenvolvidos pela FENOP na integração entre SINDOPs, OGMOs, entidades dos trabalhadores, órgãos intervenientes, setores de homologação e setores de padronização. As ações descritas apresentam avanços na segurança dos trabalhadores da ponta.

Iniciando os debates da mesa, a abordagem da primeira expositora foi acerca das ações do OGMO Santos. Glauciery Lugarinho é gerente de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho do OGMO Santos, é membro do Comitê Técnico Permanente de Segurança, Saúde no Trabalho e nas Operações Portuárias da FENOP.

Segunda ela, a prevenção de acidentes de trabalho pode ser antecipadas pois “muitos riscos podem ser antecipados, pois frequentemente estão ligados a questões pessoais como: Doença de um ente querido, separações, problemas familiares”. Lugarinho reforça que a saúde mental dos trabalhadores deve ser uma preocupação constante das empresas e entidades.

“É necessário implementar metodologias que tratem da saúde mental de forma constante e integrada. Precisamos construir uma cultura de cuidado diário, onde todos os envolvidos estejam capacitados a perceber sinais de sofrimento e acolher”, afirmou.

Na sequência, palestrou Brunno Contarato representando a Comissão Tripartite Paritária do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo ele, os trabalhos da organização têm sido fundamentais para modernizar as relações de trabalho no Brasil. A atuação conta com participação do governo, empregadores e trabalhadores, e permite avanços mais rápidos e eficazes no relacionamento entre as entidades mencionadas. Um dos focos atuais da organização é a atualização da Norma Regulamentadora nº 11, que trata do transporte e manuseio de materiais e equipamentos.

“A norma de 1978 está ultrapassada. Estamos trabalhando para adequá-la às novas tecnologias e garantir mais segurança, equilíbrio nas relações de trabalho e ganho de produtividade através da NR Nº 11”, argumentou Contarato.

Ainda palestrou no painel Rodrigo Aoki Fuziy, auditor-fiscal do Trabalho da GRTb Santos, e coordenador de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo. Fuziy mencionou precaridades que desencadeiam acidentes de trabalho e possíveis soluções. Uma delas é a maior observância aos “chão de cais”, tanto na fiscalização sobre o uso de EPIs, quanto na manutenção periódica e adequada dos ambientes laborais.

“Também precisamos conscientizar os operadores portuários para que se tornem parte ativa da mudança, ajudando a orientar e proteger os trabalhadores. Essa é, de forma geral, a ideia que queremos reforçar”, completou.

Já para o gerente de Segurança do Trabalho da Multiterminais Logística Integrada, Cláudio Barroso Gracioli, o desenvolvimento da segurança no trabalho portuário será impactado pela produção de um manual que está sendo elaborado em parceria com entidades do setor.

Segundo Gracioli, a publicação destrinchará ações e boas práticas para reduzir os índices de acidente. O documento tem como público-alvo: Trabalhadores que executam as tarefas, profissionais de segurança, fiscais do trabalho, juristas e magistrados que enfrentam dificuldades de interpretação no contexto portuário.

“O projeto vem sendo desenvolvido desde 2023, com ações presenciais e online. Estamos fazendo um esforço grande para entregar o melhor para o setor portuário. A expectativa é concluir este trabalho com excelência e, em dois ou três anos, já estar discutindo novos focos e avanços”, destacou.

Finalizando as exposições do painel, Fábio Gama, diretor operacional do Sindicato dos Estivadores do Espírito Santo, demonstrou preocupação com os debates que modificam estruturalmente as relações de trabalho nos portos de todo o país. Para Gama, é necessário que haja mais espaços debate e participação dos trabalhadores antes que sejam aprovadas as mudanças mencionadas.

“Houve momentos de conflito não só entre nós, mas também com os demais parceiros […] apesar disso, o verdadeiro objetivo é extrair o melhor resultado a partir da diversidade de ideias e da honestidade no diálogo”, finalizou.

Veja todas as fotos da palestra do PAINEL 9 em nosso FLICKR: https://www.flickr.com/photos/fenop/albums/72177720326727254

 

Assessoria de Comunicação FENOP