A Confederação Nacional do Transporte (CNT), em parceria com a empresa Insper, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Grupo CCR, firmaram um pacto de coalizão para promover a descarbonização do setor. A gerente Executiva da FENOP, Maria Cristina Dutra prestigiou o evento.
Na ocasião, o presidente da CNT, Vander Costa, destacou que a entidade pretende entregar, durante a COP 30, que será realizada em Belém (PA) em 2025, um inventário sobre os dados de emissões de poluentes, buscando entender as diretrizes para melhorar a meta de desenvolvimento sustentável.
“Estamos procurando contratar um inventário de emissões de poluentes porque, de forma bastante simples, o setor quer reduzir a emissão, mas em quanto? 20%? 30%? 50%? quanto se emite?”, disse Vander nesta terça-feira (26).
“Se eu não conseguir medir, não vou conseguir aferir o resultado. Espero que, no ano que vem, possamos apresentar na COP 30 o primeiro inventário, com o compromisso de fazer isso repetidas vezes”, completou.
Para Costa, é impossível criar uma solução única para um setor tão complexo quanto o de transportes, sendo necessário que cada segmento tome iniciativas individuais que se somem, considerando também os prazos curto, médio e longo das ações.
Em relação à necessidade frente às mudanças climáticas, o presidente defendeu que, no curto prazo, a melhor solução que a CNT apoia é a renovação da frota. “Se você pegar um caminhão de 20 anos atrás, ele emite 27 vezes mais poluentes do que um caminhão feito agora. Para o curto prazo, a renovação da frota, com a retirada de circulação dos veículos poluidores, vai fazer um efeito muito grande”, afirmou.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, esteve no evento e anunciou que o Governo está
próximo de assinar uma portaria que permitirá à CNT medir, por amostragem, a emissão de carbono dos caminhões. Para o ministro, os modais de transporte brasileiros já são considerados exemplos de geração de energia limpa, servindo de referência para outros mercados do mundo.
“O Brasil talvez seja o país que emite o menor volume de carbono para o transporte de carga, para o mesmo tipo de caminhão por km, porque usamos um percentual significativo de biocombustíveis. O mundo não só não usa, como não aceita discutir a possibilidade de usar”, observou.
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, apontou que o papel da corte tem sido julgar os processos de transporte com base no desenvolvimento sustentável, cláusulas de sustentabilidade e modernização dos contratos.
“Nada adianta seguir a lei de licitações se, no final do dia, a política pública levada adiante for insuficiente. Por isso, não apenas olhamos as concessões de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, mas fazemos a avaliação da modelagem jurídica, econômica, precificação e, sobretudo, temos analisado a nossa energia e dedicado nossos esforços a essa agenda”, declarou.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, espera que, com a reforma tributária aprovada, se criem ambientes de negócios mais produtivos, com a garantia de previsibilidade e segurança jurídica.
“Hoje vivemos em uma economia globalizada. O Brasil, nesses últimos dois anos, abriu mais de 192 mercados no mundo. Isso significa crescimento no setor portuário, da aviação, e novos players internacionais querendo prover investimento no país.”
Também participaram do evento o deputado Arnaldo Jardim (CIDADANIA – SP) e o ministro das Cidades, Jader Filho.
Assessoria de Comunicação FENOP
Por Yousefe Sipp