Painel 3 do X ENAPORT traz as mulheres como protagonistas

Mediado por Maria Cristina Dutra, gerente-executiva da FENOP e Presidente do Conselho Estatutário da Associação Mulheres & Portos, foi realizado o painel 3 do X ENAPORT na quarta-feira (04/06).

Na abertura do painel, Cristina ressaltou a importância do espaço para debate das pautas das mulheres portuárias: “O objetivo que nos une nesta tarde é nobre e urgente: conhecer as experiências de mulheres nas atividades portuárias, para que possamos, a partir delas, apontar propostas concretas de melhorias. Buscamos promover a igualdade de gênero, assegurar melhores condições de trabalho e, fundamentalmente, ampliar a participação feminina em todas as esferas do nosso setor”, manifestou Dutra.

A primeira expositora foi Shana Bertol, diretora executiva do OGMO Paranaguá e diretora de Makerting e Comunicação da Associação Mulheres e Portos. Ela abordou dados sobre a participação feminina no setor portuário e apresentou ações da Associação que visam fomentar a inclusão feminina nos espaços que, “ainda hoje, são majoritariamente masculinos e patriarcais”, afirmou.

Segundo Shana, uma ação da Associação Mulheres & Portos, em parceria com a Secretaria da Mulher de Paranaguá, resultou em aumento significativo da integração de mulheres como mão de obra no porto da cidade. “Tivemos recentemente a aprovação de 37 mulheres [no processo seletivo], dentre elas: estivadoras, arrumadoras e vigias e conferentes. A título de curiosidade, tínhamos apenas 2 mulheres nas operações”, apresentou a diretora.

Em nome do OGMO Recife, a diretora executiva do órgão e diretora operacional da Superservice, Marília Fernanda de Souza, compartilhou sua experiência pessoal sendo uma mulher portuária e seu propósito como liderança no setor: “Meu objetivo é, também, desenvolver novas mulheres. Não que elas não vão ter dificuldades, elas terão dificuldades, como em qualquer outro lugar. Porém eu já vou ter passado algumas coisas que podem facilitar essa introdução delas na área”.

Em sequência, se apresentou Ilana Danielle Santos, secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST/MGI). Também internacionalista e mestre em Relações Internacionais, ela a importância inclusão o objetivo final é sim integração mas contribui grandemente para o desenvolvimento e evolução dos setores e esferas todas

“Um ponto importante para trazer é diversidade. Não diversidade por diversidade […] mas estamos falando de inovação como uma cultura. A construção de um ambiente mais diverso de verdade, ter pessoas que ficam à vontade para manifestar sua criatividade, suas habilidades humanas, para mostrar a que vieram, o que sabem fazer de melhor. Que a criatividade humana seja colocada no ambiente em que ela pode florescer, um ambiente que pode gerar inovação”, destacou a internacionalista.

Na continuação do painel, Karênina Martins Dian, assessora da Secretaria-Executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, apresentou o cenário de participação feminina na Pasta e ações voltadas ao tema. “Uma pauta importante para todos que é justamente a capacitação, […] não só para mulheres de liderança mas mecânicas de avião e a gente vai levar isso também pra área portuária”, informou Karênina Dian.

Finalizando as falas do grupo, Ana Claudia Barbosa, diretora executiva do OGMO Itaqui e diretora de Desenvolvimento da Associação Mulheres & Portos, trouxe as mais importantes demandas a serem resolvidas no setor portuário no que tange a participação das mulheres.

Segundo ela, além de evoluir em inclusão feminina como mão de obra qualificada e reconhecida na esfera portuária, é preciso avançar em políticas públicas de proteção e acolhimento a essas mulheres que chegam ao setor.

“Toda experiência que ela [mulher profissional] traz para atividade portuária, operacional demonstra que isso, o trabalho da mulher é uma necessidade dentro da especialidade operacional. A gente não está falando do gênero, mas do mérito, da eficiência, da qualificação de uma entrega de valor que é real pro futuro dos negócios”, afirmou Ana Barbosa.